
Há ferramentas que, com o tempo, deixam de ser apenas objetos e passam a carregar uma aura de inspiração. Entre artistas, ilustradores e animadores, um desses símbolos é o Palomino Blackwing, um lápis que se tornou quase lendário no mundo da criação visual. Mesmo em plena era digital, ele segue presente em mesas de estúdios, cadernos de storyboard e blocos de esboço mundo afora, e agora também nas tirinhas do AriêToy.
O Blackwing surgiu na primeira metade do século 20, produzido pela Eberhard Faber. Na época, ele já chamava atenção por ser um lápis macio, escuro, suave no traço e extremamente preciso, ideal para desenho gestual, sombreamento rápido e anotações expressivas. Em poucos anos, tornou-se o lápis favorito de nomes como John Steinbeck, Chuck Jones (criador do Pernalonga) e vários ilustradores da Disney. Seu formato retangular da borracha e a qualidade do grafite criaram um objeto tão marcante que, quando foi descontinuado nos anos 1990, muitos artistas estocaram caixas para não ficar sem.
Décadas depois, a marca Palomino ressuscitou o Blackwing, mantendo o design icônico e o desempenho que o tornaram famoso, agora com variações modernas. Para quem desenha, o lápis continua oferecendo o que sempre prometeu: controle, suavidade e a sensação de que a ideia flui com menos atrito entre a mão e o papel.
No AriêToy, esse lápis entra justamente no momento mais frágil, e mais livre, da criação: os esboços iniciais das tirinhas e personagens. É com ele que surgem as primeiras formas do Ariê, da Rina, do Coelho e de outras figuras que aparecem nas histórias. Antes de serem digitalizadas, coloridas e finalizadas, muitas das expressões, poses e enquadramentos começam em papel, rabiscados em Blackwing, permitindo testar alternativas com rapidez e precisão. Um lápis macio ajuda a encontrar o gesto certo, o movimento natural, a graça da expressão.
Mesmo em um site digital, onde tudo chega ao público em pixels, existe um mundo analógico por trás das histórias. E, nesse mundo, o Palomino Blackwing segue desempenhando o papel que o tornou famoso: ser o primeiro traço de algo que ainda vai ganhar vida.